Hora de desvendar a destinação nordestina conhecida por Rota das Emoções. O Trajeto compreende o Parque dos Lençóis Maranhenses (Maranhão), o Delta do Parnaíba (Maranhão e Piauí) e o Parque de Jericoacoara (Ceará). As cidades de base são: Santo Amaro, Barreirinhas, Atins, Paulino Neves e Tutóia (MA); Parnaíba e Barra Grande (PI); Camocim e Jericoacoara (CE). A ideia que parecia complicada, cara e sem chance de crescer se tornou um dos destinos mais procurados da região e não pára de atrair turistas nacionais e estrangeiros.
Como já estávamos escrevendo sobre o Trekking nos Lençóis Maranhenses, decidimos colocar nessa primeira parte da descrição. Caso não interesse uma caminhada dura de 2 ou 3 dias, em média 7 horas por dia, a ida para Barreirinhas ou Santo Amaro fica como opção mais "light". Algumas empresas fazem o pacote, dentre elas a Terra Nordeste, empresa com reputação para tanto com funcionários que falam francês, inglês e alemão.
Rota das Emoções |
Acima o Mapa da Rota das Emoções, que pode ser feito nos dois sentidos, nós preferimos de Jericoacoara para Barreirinhas (Santo Amaro é outra opção, mais calma e menos estrutura turística).
Mapa do Trekking Em Laranja o trajeto de 3 dias Em azul claro o trajeto de 2 dias mais aconselhado e fácil |
Saindo de São Luís para Santo Amaro, em um traslado de ônibus que dura 3h00 até o povoado de Sangue e pode ser feito por algumas empresas, indicamos a Fanttur e a BrTur, custo de R$ 50,00 por pessoa. Saídas às 4h30 e 7h00 da manhã. De lá pegar uma caminhonete, que pode ser adicionada no valor da diária. 25km em 1h30 de trilha de areia com algumas partes alagadas para chegar na cidade.
Resto do dia para aproveitar as Lagoas da Gaivota ou Andorinhas e dormir para partir bem cedo, por volta das 3h30 da manhã, evitando o sol forte junto com um Guia Local que conheça o caminho. Ficamos na Pousada Cyamat, dos irmãos Tiago e Mateus, atendimento simpático e local aconchegante para descansar para o que vinha pela frente.
Lagoa das Andorinhas em Santo Amaro |
Saímos da pousada às 3h30 após tomar o café da manhã improvisado, a pousada nos deixou algumas coisas já que o horário do café começava às 7h00. Um 4x4 até a lagoa das Andorinhas (geralmente qualquer trajeto em 4x4 sai por 200 reais) onde começaríamos a caminhada. Falando no transporte, alguns "espertos" oferecem ir de carro até os oásis, isso é proibido e pode dar um problemão. Tudo correu bem no primeiro dia, não havia muito vento, porém muita água devido a uma boa temporada de chuvas. Atravessar lagoas com a mochila na cabeça pode ser interessante no começo, mas cansa, e muito. Levamos exatas 6h40 até o Oásis (vilarejo) conhecido por Queimada do Britos, almoçamos e fizemos uma "siesta" na casa de um dos moradoresa, o Sr Massu. Comida caseira gostosa, mas um pouco cara (30 reais por pessoa). Por volta das 17h30 partimos para ver o pôr do sol. Os habitantes do vilarejo geralmente dormem em redes, caso não goste é bom se acostumar, 25 reais por uma rede e lençol limpos. Ficamos menos cansados que o esperado.
O segundo dia foi moleza, o trajeto mais fácil, apenas 3 horas que separam o primeiro povoado do segundo, Baixa Grande, saímos às 6h00 e chegamos às 9h30, contando uma parada para aproveitar uma linda lagoa perto da chegada. A casa da Dona Rosidete, tem mais estrutura que a anterior, além de mais espaço, um gerador que funciona das 18h00 às 21h30 e um quadriciclo que se pode alugar. Novamente muita boa comida, um Carneiro, iguaria da região. Dessa vez só subimos a duna em frente para ver um lindíssimo pôr do sol. O problema de ter mais estrutura foi que tinham outros grupos que iriam dormir, resultando numa fogueira com uma pequena festa no fim de noite. Como gostamos de agitação, veio em boa hora.
A terceira parte do trekking foi, sem dúvida, a mais difícil. Existem três opções. Indo por Atins, para a Lagoa Bonita (mais próximo de Barreirinhas) e uma que leva para o povoado de nome Sucuruju. Das três opções o mais bonito, mais difícil e com as dunas mais altas é o que leva à Lagoa Bonita. Como iríamos continuar para Jericoacoara, via Atins se tornou mais fácil e também queríamos aproveitar o local, o qual já escrevemos há alguns anos.
Dessa vez saída às 3h00, decidimos andar o mais rápido possível para aproveitar o período sem sol. Paramos por volta das 5h45 para descansar um pouco, passar o protetor solar e aproveitar o maravilhoso nascer do sol, a impressão de estar sozinho no mundo é incrível. Continuamos nossa caminhada por mais 2 horas e não resistimos a uma linda lagoa de água esverdeada e fizemos uma pausa de 15 minutos para um refrescante banho. No final, andamos muito tempo com o mar do lado, dureza foi o vento que estava forte e batendo no peito, claro que isso nos atrasou, esse o motivo de aconselharmos que seja feito no sentido inverso. Chegamos às 9h45 em uma lagoa que ficava a alguns minutos do nosso destino, última pausa para banho e, enfim, chegamos ao nosso ponto de encontro perto da Lagoa Verde, onde uma Toyota nos esperava. A sensação de felicidade quando avistamos a bandeira que serve de marco e o carro é indescritível. De lá fomos levados ao Canto de Atins, onde desfrutamos o famoso camarão (para nós o melhor do mundo) e pudemos repousar depois de mais de sete horas de esforço. A chegada no começo da tarde na Pousada do Irmão nos serviu de vitória e finalmente um lugar com estrutura. Aconselhamos trazer algo para dor muscular tipo o Calminex, as pernas são muito exigidas, no nosso caso a planta do pé foi o que mais sentimos. Duas noites para aproveitar Atins e suas belezas e continuar essa aventura.
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